Revezamento de São Chico 2010

CURITIBA (between sunrise and sunset) A previsão do tempo dizia que o dia teria sol e muito frio. Felizmente somente metade da previsão estava correta. Fazia frio sim, mas nada absurdo. Além do mais, sair para uma prova com um visual desses é impagável, não?

Saímos do hotel Villa Real (recomendo) em São Francisco do  Sul por volta da 6:15h pois a largada era as 7h. Pra desespero da Elenise, esqueci minha identidade no hotel! Voltei rapidinho de carona com  a Emilene e logo estávamos aquecendo para a largada.

Abre aspas A organização da prova promovida pela Eco Floripa é muito boa. Tirando a pulseira que várias equipes perderam durante as travessias dos rios, o resto foi impecável. Jantar incluso na inscrição nota 10. O controle dos atletas é feito de maneira aleatória nos PCs, coisa que é totalmente ignorada no nosso revezamento das nascentes Fecha aspas

A prova é dividida em 15 percursos totalizando 90km e as equipes podem ter até 7 atletas, sendo que o sétimo é reserva e pode substituir um único atleta. Cada atleta deve fazer no mínimo dois percursos. Percurso no Google Earth disponível aqui

Jorge e eu, pelas equipes 4Run A e B, respectivamente, éramos responsáveis pelo primeiro trecho de 9km. Tinha combinado com Jorge em fazer esse primeiro trecho na faixa dos 5’/km pois nós dois tínhamos três percursos pra correr. O pessoal largou mais forte, como sempre, e logo vi que não ia conseguir manter minha meta. Depois do quarto quilometro estávamos fazendo uma média de 4’30”/km e aí esquecemos os percursos futuros e resolvemos manter o ritmo. Além disso achei que dava pra acompanhar um verdinho (um corredor com camiseta verde) o qual acabei passando perto do fim do percurso. Fechamos os primeiros 9km em 40′ cravados. Entreguei a pulseira pra Elenise que também manteve os 4’30”/km durante o segundo trecho, pra desespero do Leo da equipe A.

Olívío fez o terceiro percurso também abaixo do 5’/km. O trajeto consiste em ir até o fim da praia do Capri e voltar. Aqui uma pequena falha na organização fez com que alguns corredores errassem o caminho. Nakamura, da nossa equipe A, deu umas pernadas a mais por conta disso. Segundo ele, estava “sobrando” na prova e resolveu aumentar o percurso!

No quarto trecho começou a diversão pois além de correr o pessoal tinha que cruzar alguns rios. Devo dizer que a temperatura da água não estava tão agradável, mas acho que a Emilene não teve muito tempo pra pensar nisso. Na primeira braçada ela perdeu a pulseira da equipe. A princípio ficamos um pouco preocupados, mas depois vimos que um monte de gente também perdeu a pulseira na água.

É difícil escolher um, mas acho que dá pra dizer que o quarto trecho está entre os  mais bonitos da prova. Emilene ainda deu sorte de pegar um vento a favor que facilitou as coisas e também possibilitou uma média na casa dos 5’/km.

O casal Simone e Marcelo eram responsáveis pelo quinto e sexto percursos, respectivamente. Simone correu bem seu trajeto mas chegou ao fim com muitas dores.

Marcelo também pegou um belo trecho, o da praia da Enseada. Ainda ganhou de presente um rio de águas gélidas pra atravessar. Rio vencido, largou o tenis na praia e correu o resto do percurso de meias. Aliás, gosto e gosto e não se discute. Nos trechos de praia se via de tudo. Gente descalço, gente de meia e gente de tenis. Cada um com correndo do jeito que achava mais confortável.

Nesse ponto todos da equipe já tinham corrido pelo menos um trecho e estava na minha hora de correr novamente. O percurso do revezamento é basicamente plano, exceto  o sétimo trecho, que é uma pequena corrida de montanha com pouco menos de 3km. O trecho começa com uma escadaria pra minar as forças,  segue pelas trilhas na mata e acaba no final da prainha. Fiz esse trecho em 18′ e cheguei sentindo um pouco a minha perna. Lembrete: Levar tenis de montanha na próxima vez.

Depois da pequena montanha começou a parte mais difícil da prova. Três trechos de areia fofa e maré alta. Elenise, Olívio e Emilene fecharam com bravura os mais de 21km da praia grande. Elenise precisou de uma massagem com biofenac na panturrilha pois ela tinha mais um trecho pra fazer.

Nossa reserva, Cecilia (esposa do Olívio), entrou em ação no lugar da Simone e encarou com maestria o poeirão do 11. trecho. Marcelo também comeu poeira no 12. trecho e ganhou de brinde um vento contra de fazer chorar.

Perto do fim e minha hora de correr chegou novamente. No PC fui questionado pela moça da organização por que só eu não estava de camiseta rosa. Expliquei pra ela que tive que brigar muito pra conseguir a cobiçada “branquinha”! Tentei sair forte mas as pernas já não eram mais as mesmas. Corri a maior parte dos 6km sozinho e pensando na equipe pois minha perna estava incomodando. Só ganhei motivação quando vi um outro verdinho no fim da reta. Vi que o cara estava meio quebradão e resolvi que dava pra passar. Até a minha dor na perna sumiu! Fechei os 6km com uma média de 4’45”/km e até agora não sei  como.

Depois da areia fofa a Elenise não sabia se ia aguentar fazer o trecho dela. Mas foi só o outro verdinho chegar perto perto que ela tirou forças sei lá de onde e deixou o piazão comendo poeira. Depois da corrida filosofamos um pouco sobre como desconhecemos nossos próprios limites.

O último trecho era tarefa do Olívio também minado pela areia fofa. Ele tinha a responsabilidade de fechar a prova mas também de nos manter na frente do verdinho, nesse caso uma verdinha, que vinha atrás. Olívio fechou os último trecho de 4,5km com uma excelente média de 5’/km e acabamos a prova com 8h30′, na frente dos verdinhos!  Nossa outra equipe, a 4Run A, chegou apenas sete minutos depois.

Foto: Emilene

Eu resolvi ficar mais uma noite em São Chico com a família pra aproveitar um pouco a culinária local, ou seja, peixe e chopp catarinense. O por do sol veio de brinde!

Excelente prova! Agradecimentos a todos(as)  amigos(as), em especial a Elenise e Leo pela organização, Emilene pelo transporte (que venha a kombi!), Marcelo pelos tickets do jantar cedidos para minha família, e Jorge por puxar os 4’30”!!

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